SWOT TOWS

Criei a minha análise SWOT – E agora?

A análise SWOT é, e certamente continuará a ser, uma das análises mais relevantes, que pode ser tanto utilizada a nível individual, como organizacional.

Ao contrário de outras análises especificamente desenhadas para o contexto externo, como a PESTEL, a análise da concorrência e as 5 Forças de Porter. Ou que mergulham sobretudo numa dimensão interna, como a VRIO e a Matriz BCG.

O facto desta análise nos permitir mergulhar sobre dimensões internas, como as nossas forças e fraquezas, olhando ao mesmo tempo, para o contexto externo, nomeadamente oportunidades e ameaças, tornam a SWOT numa ferramenta versátil e indispensável.

No entanto, apesar de este ser um exercício desafiante e até estimulante, frequentemente, quando terminado, o mesmo fica guardado numa gaveta, ou numa pasta esquecida no meio das mil e uma coisas que acabam por constituir a atividade diária de uma organização, ou de qualquer um de nós.

Todo este trabalho sem resultar em algo de útil para mim? Importa por isso, que finda esta reflexão, que a mesma culmine com next-steps acionáveis.

Ok, defini aquilo que considero serem as minhas fraquezas ou da minha organização, e agora? Será que não posso alterar o significado destas “fraquezas” e torná-las em “oportunidades de melhoria?” Será que não posso utilizar as minhas forças, para tirar partido das oportunidades que o contexto externo me oferece? Ou mitigar as ameaças, presentes no mesmo?

Nesse sentido, a TOWS, ou SWOT Cruzada, ajuda-nos a aprofundar um pouco mais as reflexões e ilações que retiramos da nossa SWOT, partindo para a definição de uma estratégia.
Esta estratégia assenta na combinação das nossas SO (Strenghts-Opportunities), ST (Strenghts-Threats), WO (Weaknesses-Opportunities) e WT (Weaknesses-Threats), o que nos permite tirar ainda mais sumo e expremer a laranja da reflexão que criamos na nossa SWOT.

Como é que isto se aplica no nosso contexto atual? Aqui fica um exemplo prático, aplicável ao contexto da fisioterapia.

Forças
: Sou um jovem fisioterapeuta, com vontade de empreender, bom conhecimento técnico, bom comunicador, empático e nativo no digital.

Fraquezas: O meu nome não é conhecido no mercado. Não tenho um ponto de diferenciação claro face a outros fisioterapeutas, com mais experiência e nome reconhecido.

Ameaças:
No contexto de pandemia, o meu público-alvo está com receio de sair de cada, mesmo necessitando de cuidados de saúde e serviços de fisioterapia.

Oportunidades:
As soluções que enderecem as necessidades deste cliente não são alternativa para ele, pois envolvem contacto físico ou deslocação presencial. O digital é uma oportunidade ainda pouco explorada no mercado.

SO
– Sendo eu um nativo no digital, consigo sozinho ou com ajuda de amigos, criar um website simples, onde posso comunicar a minha proposta de valor, apresentar-me ao mundo, criar notoriedade e começar a criar uma base de clientes que, no caso do digital, não tem barreiras geográficas. Sendo eu um dos primeiros a fazer isto, posso inclusivamente conseguir uma posição de destaque.

WO
– Tenho pouco nome no mercado, mas posso começar a criá-lo no digital e com isso ganhar uma vantagem competitiva, sobre os meus concorrentes.

ST
– Sendo eu um bom comunicador e uma pessoa empática, isto dá-me vantagem para o contexto digital, que assenta numa abordagem hands-off.

WT
– O meu público-alvo não quer sair de casa. Não há problema, vou eu até ele, recorrendo à tecnologia – à teleconsulta e/ou a plataformas como o motiphy da Clynx, e com isso, ganho experiência no digital. Experiência que os meus concorrentes também não possuem.

O exercício foi útil?

Então dá hoje o primeiro passo e tira as tuas ideias e a tua SWOT da gaveta e coloca-a em ação para criares algo de valor.

Autor: Pedro Sousa
Co-fundador Blue Physio Consultoria

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