Finanças em Saúde – quais os principais indicadores financeiros que devo ter em consideração?

A gestão financeira é uma das principais lacunas e dores de cabeça dos empreendedores em saúde. No entanto, é também um dos principais drivers de sucesso de qualquer negócio e como tal, os indicadores-chave KPIs – Key Performance Indicators) financeiros devem ser alvo de monitorização por parte de qualquer empreendedor. 

Se no teu negócio em saúde, ainda não criaste a tua análise e orçamento previsional, então hoje vamos ajudar-te a dares o primeiro passo nesse sentido, procurando simplificar a gestão financeira e focar naquilo que realmente é fundamental acompanharmos. 

Vamos por isso centrar-nos nos principais indicadores financeiros, aqueles que são essenciais e que deves conhecer num primeiro momento:

  • Faturação/Vendas
  • Custos Fixos e Variáveis
  • Investimento
  • Definição de Preço

Estes indicadores serão essenciais para criar a análise de rentabilidade para a tua clinica de fisioterapia, o momento em que crias um cenário de rentabilidade  provisional, um exercício que te permitirá perceber qual o volume mensal a faturar para pagar os teus custos fixos e quando começarás a ganhar dinheiro (esse exercício ficará para um novo artigo em breve).

Faturação/Vendas

Em resumo, representam nossos fluxos de receita. A faturação indica-nos o dinheiro que entra na nossa empresa e pode ser calculada pela fórmula: Faturação = Preço * Quantidade (R= P * Q).

Isto significa que se eu pratico um preço de consulta de fisioterapia de 40 euros e durante um mês, tive um total de 120 consultas, isto significa que: R = P * Q <=> R= 40 * 120 <=> R= 4800 euros.

A minha receita de consultas de fisioterapia, naquele mês, foi de 4800 euros.

Mas nem só de receitas vive um negócio, temos que balancear os nossos ganhos, com os nossos gastos. E os gastos são representados pelos nossos custos, que iremos catalogar em 3 tipos de custos:

  1. i) Custos fixos
  2. ii) Custos variáveis

iii) Investimento.

Custos Fixos e Variáveis

Vamos desde já esclarecer a diferença entre custos fixos e variáveis.

Em contabilidade e economia, os custos fixos, são despesas comerciais que não dependem do nível de bens ou serviços produzidos pela empresa. Podem ser exemplo de custos fixos: renda, salários, seguros, internet, telemóvel, entre outros.

Já os custos variáveis, dependem do nível de bens ou serviços produzidos pela empresa. Podem ser exemplo de custos variáveis as comissões pagas a profissionais que colaborem no nosso espaço. Por exemplo, se um nutricionista nos cobra por consulta de nutrição 30 euros, o meu custo variável por cada consulta será de 30 euros. O que significa que se num mês houve 20 consultas de nutrição no meu espaço, o meu custo variável pode ser calculado pela fórmula:

CV = Valor da comissão * Número de consultas <=> CV = 30 * 20 <=> CV = 600 euros.

Claro que, o meu custo variável aumentou, mas também aumentou a minha faturação. Supondo que o preço de consulta é de 60 euros: R = 60 * 20 <=> R = 1200 euros.

Agora que sabemos a faturação e os custos, podemos introduzir o conceito de margem bruta, que será o lucro das minhas consultas, ou seja, a diferença entre a minha faturação e os meus custos:

MB (Margem bruta) = R – C (Custos); MB = 1200 – 600 <=> MB = 600 euros.

Claro que neste exercício, apenas consideramos como custos, os custos variáveis. Para calcularmos a margem de lucro do nosso negócio, teremos que retirar também os custos fixos.

Ou seja MB = R – C (CF + CV)

Este será o exercício que iremos fazer, para o cálculo da rentabilidade do nosso negócio em fisioterapia.

Investimento

Iremos também introduzir o conceito de investimento na nossa rubrica de custos. Isto para diferenciar os custos fixos recorrentes da atividade do nosso negócio (renda, salários, etc) dos custos que apenas ocorrem num determinado momento (obras, registo empresa, registo marca, etc).

 Definição de Preço

A nossa estratégia de pricing deve traduzir o posicionamento do produto no mercado e o preço final deve cobrir os custos por item e ter em conta a margem de lucro.

O valor não deve projetar o nosso produto/serviço nem como tímido nem como “ganancioso” ou acima do seu real valor. O nosso preço, posiciona o nosso serviço, aos olhos do cliente e deve estar alinhado com o seu valor percebido.

De reforçar, que nem todo o mercado vai valorizar o nosso serviço da mesma forma e por isso, é fundamental a definição do segmento do nosso público-alvo. O preço deve estar posicionado para esse público-alvo e ao mesmo tempo, ter por base, os preços de referência que o nosso cliente tem de empresas concorrentes (p.e. gabinetes/clínicas de fisioterapia não convencionadas, gabinetes de osteopatia, etc).

Procuramos neste artigo simplificar o que é mais relevante na gestão financeira de um negócio em saúde. 

Se gostarias de conhecer em maior detalhe este tema e compreendê-lo com a visão de dois especialistas, o curso “Gestão Financeira para Negócios em Saúde com o Pedro Sousa e o Gabriel Costa é um excelente momento para tal. 

Irás otimizar desde logo a tua capacidade de analisar as finanças do teu negócio, aprenderás a dominar o excel como ferramenta fundamental para a gestão financeira e com isso tomares importantes decisões para a eficiência do teu negócio. 

 

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